"O Louvor de quem canta é o próprio cantor" (S. Agostinho)

Essas são as palavras de alguém que realmente aprendeu o sentido profundo do termo "Louvor", e ainda, alguém que o viveu na sua intensidade. O Louvor é expresso na história de homens e mulheres que, no decorrer de suas histórias, lançaram-se em Deus por caminhos nem sempre fáceis e óbvios, entendendo suas vidas como oferta, ou até mais adequadamente falando, como resposta ao Amor que se fez Louvor. Uma oferta em forma de Cruz, em direção vertical (para Deus) e horizontal (para o próximo). 

Costumo refletir na vida humana, que é o lugar por excelência da manifestação do Louvor de Deus, como as cordas de um violão. Para quem o toca sabe que existem várias maneiras de fazê-lo, sendo que, o importante para uma boa harmonia é, no mínimo, que o violão esteja bem afinado, cada corda bem ajustada e, a esse respeito existem muitos musicistas que são extremamente exigentes. E é claro que um violão bem afinado nas mãos de alguém que "ainda" não aprendeu a tocar é um outro detalhe muito importante, e ainda, para aqueles que sabem tocar fica a pergunta: como vcs o fazem? O violão e o seu tocador deveriam ser bons amigos.

Conheci pessoas que, com um violãozinho velho ou simples em mãos, que não entra na categoria das grandes marcas Yamaha, Ibanez ou Takamine, conseguem simplesmente dar vida ao violão, dar vida à música, essas pessoas me ensinaram que realmente a verdadeira música está dentro de nós, uma teoria (se posso chamá-la assim) que não se aprende em cursos ou conservatórios, e sim com a vida, cantando ou tocando não se faz a distinção entre o que se canta e quem canta, um simples acorde com o coração já é profundo, e por isso mesmo mais elevado do que tétrades diminutas, justas ou aumentadas. Sofisticação e simplicidade as vezes se confundem.

Ok ok, vamos por partes!

Nossa vida possui as suas diversas áreas, complexas, diversas (cada uma com seu tom diferente) e as vezes bem complicadas, cada ser humano é um conjunto de afetividade, sexualidade, espiritualidade, corporeidade, racionalidade, etc. (cada área como uma corda), e todo esse conjunto forma o que chamamos de personalidade, identidade, pessoa. Não se vive levando em conta uma (e somente uma) dessas áreas, da mesma forma como não se toca um violão usando só uma corda, é preciso integridade, unicidade, musicalidade em nossa vida! 

A vida de uma pessoa quando bem ordenada pode levar, como uma bela melodia, muitas pessoas para o bem, para a verdade, para Deus por meio do testemunho do Evangelho... Mas antes precisamos afinar as cordas, ordenar no Amor e para o Amor (e viva os santos da Igreja!)... 

Nossa vida é assim, sua vida é assim caro/a irmão/ã, cada vez mais bela e profunda à medida em que nós oferecemos a Deus, não só um canto lamentoso e vazio, distante na verdade, mas uma oferta íntegra, por inteira, sem reservas nas mãos de Deus. O Senhor é O Ministro do Louvor, Aquele que transforma nossas vidas em verdadeiras Obras de Louvor e de Salvação, mas antes, Ele ajusta as nossas áreas, as nossas cordas, os nossos desafinos, só Ele pode fazer isso, e Ele mesmo tira de nossas vidas o canto novo, "O Louvor é primeiramente uma obra de Deus em nós". Vá em frente e não desista querido/a irmão/ã, o Senhor está próximo de nós, está próximo de vc e deseja fazer essa Obra, uma obra perfeita, mesmo se somos velhos instrumentos enferrujados e danificados. É próprio de um bom músico tirar boas melodias de instrumentos (antigos e novos), é próprio do Amor Divino transformar a vida do Homem para o seu Louvor. Amém

Fratenalmente.

Frater Luiz Francisco, sjs.